03 abril 2011

O fio da vida: entre Moiras, Parcas e Nornas

Na mitologia grego-romana existiam divindades que conduziam as vidas dos mortais desde o seu nascimento até sua morte, determinando o destino de cada homem, eram as Moiras para os gregos e as Parcas dentre os romanos, desempenhavam a mesma função: tecer o fio da existência dos homens.

MOIRAS
Impessoais as Moiras são inflexíveis como o destino, encarnam uma lei que nem os mesmos deuses podem transgredir sem por em perigo a ordem e harmonia do cosmos. Eram descritas como filhas de Nix (noite), para indicar as sombras e incerteza do destino humano, ou que eram filhas de Zeus e Temis (deusa da justiça), indicando com isso a justiça de seus atos ao traçarem os destinos da humanidade, sendo que a morte vem igual para todos independente de seu status social e quando menos se espera.
Os nomes das três irmãs eram Cloto, Láquesis e Átropo, eram representadas como fiandeiras, metaforicamente teciam e quando julgavam chegar o momento cortavam o fio de oro da existência humana. As Moiras não possuíam uma lenda específica, eram o símbolo de uma concepção de mundo, meio filosófica e religiosa.
As Moiras, com o fio da vida. Alegoria, por Strudwick (1885)
Cloto (Κλωθώ) "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida, atuava como deusa dos nascimentos e partos.
Láquesis (Λάχεσις) "sortear", enrolava o fio tecido medindo seu tamanho, atuava sorteando as atribuições que se ganhava ou se perdia em vida, dirigindo assim o curso da vida.
Átropos (τροπος) "afastar", ela cortava o fio da vida com suas temidas tesouras, determinando o fim da existência assim como a forma de aniquilar-la.

PARCAS
Em Roma as Parcas são as divindades do destino e da fatalidade, identificadas com as Moiras gregas das quais assimilaram quase todos os atributos. No foro romano as Parcas estavam representadas por três estátuas chamadas tria fata, os três destinos, e seus nomes eram Nona, Décima e Morta.
NORNAS
Também a mitologia nórdica possui sua versão das moiras gregas, embora com uma outra roupagem. Também eram três e suas funções eram controlar a sorte, o azar e a providência, quer dos homens quer dos deuses, e zelar pelo cumprimento e conservação das leis que regem as realidades dos homens, dos elfos, dos anões, etc.
Urd é a guardiã do passado, é representada por uma criatura da raça humana de idade extremamente avançada. Dentro de suas obrigações está guardar os mistérios do passado e não fornecer as chaves dos segredos antigos.
Verdandi é a vigia do presente, encarna-se na forma de uma mãe e tudo que acontece é tecido por seus pensamentos. Ela representa o movimento, a continuidade.
Skuld é a guardiã do futuro, representada por uma virgem. Profecias e adivinhações estão relacionadas a ela. Skuld detém o controle de uma das maiores forças do universo: o destino.
José Alencar -  Requiem in Pacem
Fonte:
Quién es quién en la Mitología -  Alexander S. Murray.
Diccionario de mitología griega y romana - Pierre Grimal.

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